sábado, 27 de março de 2010

Começo hoje esse texto citando uma frase da Cris, que ontem me disse que se tivesse que se desfazer do castelo de areia que ela construiu para construir outro mais sólido, mesmo doendo, ela o faria.

E junto com essa frase, veio à minha memória um email que reenviei há dois dias para duas pessoas muito queridas, sobre os monges e sua arte em sal colorido.
Eles constroem as mandalas com muito esmero, atenção e carinho até que saiam perfeitas, e então desmancham tudo para depois fazer tudo de novo...

Por mais que a gente não queira ver ou não queira aceitar, assim é a vida.
Mudando a cada minuto. Nem nós conseguimos ser os mesmos o tempo todo, apesar de nos obrigar-nos a isso.

Para mim, isso é como uma faca de dois gumes: se tudo muda, se nada é eterno e se não temos o controle de nada, também não podemos ter grandes expectativas em relação as coisas. Não conseguiremos nos sentir totalmente seguros em nenhuma situação: não sabemos quando iremos morrer, se esse casamento será eterno, como serão nossos filhos quando adultos...isso por mais que cuidemos de nossa saúde, invistamos tudo nessa relação e demos o melhor de educação e muito amor aos nossos rebentos.

Então fica a pergunta: qual o valor de tudo?
Ou qual o objetivo de estarmos aqui?

Não tenho uma reposta pronta, é lógico, mais como uma boa " pensadora " poderia colocar algumas idéias para que possamos considerar...que o grande barato de tudo é estarmos aqui e agora, respirando, vivos, e se a gente conseguir olhar, tocar, ouvir, sentir o cheiro, perceber de verdade o que nos cerca e interagir com o que de real está ali nesse momento, temos grandes chances de concluir que a vida vale a pena, é linda.

Que a todo momento se revelam oportunidades de experiências novas, algumas prazerosas, outras nem tanto, mas todas com certeza absoluta nos farão pessoas melhores, mais lúcidas, e porque não, mais felizes, uma vez aprendida a lição.

Que sejamos então os melhores aprendizes da vida!

Stellita.

Um comentário:

  1. Stella,
    Que prazer ter um pouco da sua companhia através desse blog...Acho que eu não te disse, mas há um ano eu voltei a trabalhar e estou fazendo acompanhamento psicológico para pessoas em luto. Pois é, essas questões a que você se refere : o castelo de areia e a mandala em sal colorido...elas fazem parte do meu dia a dia de um modo ou de outro. Por exemplo, o que responder a uma mãe que perdeu um filho e não quer mais viver ? Eu não sei, como você não sabe, nem ninguém sensivel pode ousar saber...A unica pequena resposta que eu encontro é a humildade da esperança. Me explico : como sabemos o que está reservado a essa mãe ? Se somos humildes e admitimos que não sabemos, abrimos uma porta...E eu gosto de abrir portas e gosto de me agarrar à vida, por isso é com prazer que divido esse meu pensamento com você...beijos, Flavia.

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