sexta-feira, 18 de junho de 2010

O melhor

Hoje, meu coração está triste. Acabei de saber que o incomparável José Saramago, escritor português, morreu, aos 87 anos.

Há muitos anos atrás, comecei a me interessar por sua obra. O primeiro livro que adquiri foi “Memorial do convento”. Sua maneira de escrever me surpreendeu a ponto de ter que me esforçar para terminar de ler. Na primeira vez, não consegui, confesso.

Algum tempo se passou e aquilo se tornou um ponto de honra para mim, afinal eu nunca tinha deixado um livro inacabado. De vez em quando eu me lembrava, olhava para ele na estante e pensava: “Me aguarde”. Finalmente, encarei com garra e consegui.

Vocês podem querer saber qual foi a minha dificuldade e eu digo que só quem leu alguma obra do Saramago, principalmente essa, pode me entender. É um desafio de concentração, de raciocínio, de entendimento, mas, posso garantir que somos recompensados não só com o seu humor ácido e espirituoso, um traço comum em suas obras, como também por seus questionamentos que nos obrigam a realmente parar e pensar.

Ele foi capaz de me fazer rir enquanto lia um drama como , “Ensaio sobre a lucidez”, um dos que eu mais gostei, por sinal. O que ele consegue fazer com as palavras, em arranjos fora do comum, é inacreditável. Enquanto estava lendo, me perguntei várias vezes: “Como não pensei nisso antes?” A resposta é óbvia: ele foi um dos maiores gênios literários que o mundo contemporâneo conheceu!!

Sua obra, seu talento, sua consistência ficarão gravados na minha mente e em meu coração, que se enchia de expectativa a cada livro que eu começava a ler.

Sem dúvida, o mundo hoje perdeu um grande escritor, pode-se dizer, um gênio, ou melhor, um mestre.


Cakau.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

FORTES VENTOS

“Pense em uma árvore.

Você pode trazê-la para dentro do quarto e, de certa maneira, ela será protegida; o vento não será forte para ela. Quando as tempestades estiverem acontecendo lá fora, ela estará fora de perigo.

Entretanto, não haverá desafio; tudo será protegido.

Você poderá colocá-la numa estufa, mas, aos poucos, a árvore começará a ficar amarela, deixará de ser verde. Alguma coisa bem lá no seu interior começará a morrer.

Aqueles fortes ventos que batem firme não são realmente inimigos. Na vida, eles ajudam você a integrar-se. Parece até que vão desenraizá-lo, mas, ao lutar com eles, você se enraíza. Você faz com que suas raízes se aprofundem ainda mais, para que a tempestade não possa destruí-lo. O sol é muito quente e parece que vai queimar, mas a árvore suga mais água para se proteger contra o sol. Ela fica cada vez mais verde.

A árvore, ao lutar com as forças naturais, atinge uma certa alma.

A alma surge somente através da batalha. (Não é diferente conosco).

Se as coisas fossem muito fáceis, você começaria a se dispersar. Aos poucos, você se desintegraria, porque a integração não seria necessária. Você se tornaria como uma criança mimada.

Assim, quando um desafio surgir, viva-o corajosamente.

O desafio dá forma à vida.”

(Osho)


É isso aí. Por mais que fiquemos assustados diante das dificuldades elas têm o objetivo de nos fortalecer.

Que possamos ter bravura, persistência e esperança, porque tudo é passageiro.

Um ótimo feriado pra vocês.

Cakau.