Uma homenagem a Ferreira Gullar que faz aniversário no próximo dia 10 de setembro, com um dos poemas mais lindos que já li:
TRADUZIR-SE
"Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?"
O que somos nós a não ser paradoxo e contradição?
Beijos e um ótimo domingo, Cakau.
domingo, 29 de agosto de 2010
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